terça-feira, 24 de abril de 2012

[Review] Scribe Of The Pentateuch



Por Márllon Matos


Após 3 anos de uma longa espera,finalmente Steve Rowe parou de torturar seus fãs e lançou o 1º Ep de estúdio da lenda australiana chamada Mortification.

"Scribe of the Pentateuch" é de longe o material que teve mais dificuldade para nascer dentre todos da discografia do Morty.Teve a saída do membro que por mais tempo ficou do lado de Steve,e também o melhor guitarrista que passou pela banda (Mick Jelinic); a entreda e logo após,saída de Troy Dixon na guitarra (mas ele pode ser conferido no Ep);adiamentos (a primeira data era 1º de janeiro de 2012,mas acabou ficando para 1º de abril mesmo); dúvidas sobre quem iria afinal produzir o Ep ( trabalho que ficvou nas mãos de Marck McCommark,responsável pela produção da maioria dos álbuns do Morty),etc... Mas também tiveram boas notícias, como o retorno de Lincoln Bowen para dominar as 6 cordas. A campanha para arrecadação de fundos para o lançamento do material foi um sucesso e garantiu também um álbum novo do Wonrowe Vision para o ano que vem (projeto que agora tem o mesmo line - up do Morty, ou vice-versa).

Mas, enfim, o que dizer sobre este 'Scribe of the Pentateuch'?
Steve fez um comentário sobre as faixas e, apesar de ter forçado a barra em alguma das afirmações, muito do que ele disse tem sim um fundamento. Vejamos então um paralelo entre o que Steve disse, e o que aconteceu (pelo menos na minha opinião):


Extradiefor

Steve : "É um massivo Brutal Death Metal.E soa muito moderno.Fãs de Arch Enemy,o novo Carcass e talvez As I Lay Dying irão amar esta faixa ! "

Tirando a parte da indicação para fãs de Arch Enemy, Carcass (new) e AILD), o comentário jaz justiça sim. É a mais agressiva do disco,e para mim a melhor.Chega a lembrar um pouco os tempos áureos do ínicio da década de 90. Mas atenção,eu disse que cheg a lembrar,não que é igual aquela porradaria toda. Aquele Morty nunca mais irá voltar e temos que nos acostumar com isso. 'Extradiefor' tem uma ótima interpretação de Steve,tanto com o seu baixo dominante quanto com o seu vocal, Andrew se mostra um baterista esforçado mas que precisa melhorar um pouco para ser o batera ideal para o Morty e Lincoln faz um trabalho correto nas 6 cordas.

Scribe of the Pentateuch

Steve : "É a mistura de várias surpresas massissas e um blast beat matador ! Acho que estou mais animado com esta canção."

Realmente esta faixa é cheia de surpresas. Seu andamento inicial chega a lembrar o Wonrowe Vision. No seu refrão 1 vemos um toque Black Metal,que pra mim caiu superbem para a proposta em que ele foi inserido. Mas a maior das surpresas ocorre quando após um solo de guitarra, Steve repete o refrão 1 mas com uma proposta Viking!!! Sim amigo,isso mesmo que você leu. E quer saber? Ficou muito bom,pena que por causa dos efeitos devastadores da sua doença, Steve não tenha toda a potência em sua voz. Seria grandioso escutar essa musica ha uns 18 anos atrás.

The Jaws of Life

Steve : "Lembra muito o Morty de 1991.Um Brutal Thrashing Death ! "

Vale aqui o que eu disse na primeira música. Lembra,não quer dizer que é.A faixa é realmente bem rápida,mas faltou para mim 2 coisas essenciais para ser realmente um "brutal thrashing death".
1 - Andrew é um bom batera (até peço desculpas por alguns comentários negativos que fiz sobre a sua atuação), mas precisa melhorar um pouco os seus arranjos, mas até que dá pra engolir.
2 - o timbre da guitrra é até legal,ms passa longe de ser considerado Death. É algo como uma mistura do timbre usado em Relentless e em TEADM. Destaco o refrão que também tem as suas influências Black Metal.

In Garland Hall

Steve : "É mais um Brutal Viking-style do Metal Extremo e todos os fãs de estilos extremos do metal irão amar esta música."

Bem,essa ele acertou em termos.Realmente é Brutal (no começo lembra algo do Erasing the Goblin) e o refrão é um belo coro Viking, e tem uma melodia facílima de se guardar na cabeça,só que tem um agravante. Steve desafina muito quando sobe o tom. Seria melhor se tivesse mais pessoas para o ajudar nessa parte, mas mesmo assim é uma grande composição.

Weapons Of Mass Salvation

Steve : " É Deathrash com um toque de Black Metal Moderno.Eu faço muito pouco do estilo Immortal de vocal aqui e ali na maioria das canções , junto com os meus profundos vocais Death Metal.Se você já ouviu Immortal sabe do que estou falando."

Começa meio lenta,mas depois fica com características bem parecidas com Servants of the Supreme Messenge (Erasing the Goblin) nos momentos mais rápidos. Sobre os vocais ele mais uma vez acertou. É uma das que menos me chamou a atenção,mas ainda sim possui as suas qualidades.

The White Death

Steve : " é Doomish mas com muito da pegada no estilo do Morbid Angel.Se você já ouviu Morbid Angel,mais uma vez,sabe o que esperar.Eu odeio as letras de Immortal e Morbid Angel,mas não tenho dúvidas que eles estão no topo de seus campos musicais. "

Bem, ai não tem o que questionar. Tem muito Doom aqui com uma pegada mais rápida em alguns momentos, mas que pra mim ficaria melhor se desse prioridade para as faixas mais rápidas. É a maior canção do Ep com pouco mais de 5 minutos de duração.


No geral,o que tenho a dizer sobre Scribe... é que ele é um bom álbum. Não vai superar nenhum dos outros grandes lançamentos da banda, mas tem sim seus atrativos para bons momentos de diversão. Espero que Andrew se devenvolva mais tecnicamente falando, que Bowen ponha mais peso nessa guitarra e que Steve Rowe continue sempre a fazer o que Deus lhe comissionou.

O único ponto extremamente negativo é a curta duração do disco Por se tratar de um EP, sua audição termina rápido, mas isto até que é bom, pois assim você o escuta de novo, e de novo, e de novo...

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